domingo, 24 de julho de 2011

O FRACASSO DO ÓDIO


Ele começou quando o Anjo mais belo do Paraíso, com uma profunda inveja no coração, queria o lugar de Deus. Ganhou as profundezas do abismo, aonde o Inferno distribui dor e lamentações, através dos seus castigos eternos. O Inferno é carregado de dor porque foi erguido sob montanhas de ódio.

Em todo lugar e em todo tempo o ódio é derrotado pelo perdão e pela partilha, pelo abraço, pela solidariedade e pela gratidão. O ódio perpassou eras geológicas e glaciais. Suas garras retiravam sangue do irmão, mesmo que esse fosse peludo e sem face humana.

O ódio matou Abel, mas fez de Caim um renegado do espírito humano e da capacidade de convivência entre irmãos. Seu legado é a lama histórica que encarcera e mata, retira direitos elementares do homem, invade países com tanques e aviões de guerra, espedaça mesquitas, corpos humanos e escolas.

Crianças são assassinadas, outras morrem de fome; idosos e mulheres, mulheres grávidas, um a um são imolados pelo ódio que cospe o fogo dos morteiros e obuses, ergue cruzes nas planícies dos países pobres, asiáticos, africanos.

Atualmente mata no Médio Oriente, na África, como se a velha e opulenta Europa quisesse exterminar os seus povos, juntos com os seus ditadores, junto com os seus vermes.

O ódio ergueu muros e dividiu almas e milenares clãs, subjugou a inocência de todas as gerações e sangrou a fé humana no futuro e na pacífica convivência. Ele age como um filho que decepa as mãos do próprio pai para que esse não possa apontar o caminho certo, da felicidade e da paz.

O ódio nasce de pequenos, mas perversos atos, entre homens e mulheres que não conseguem suportar as diferenças, o contraditório, quando uma religião quer sufocar a outra, um partido quer dominar o outro, um gênero quer barbarizar o outro, quando o outro não existe na alma de quem pensa que o mundo é um universo que Deus fez só para ele.

O ódio começa miúdo, como um sangramento, uma pingo de chuva ácida, uma corrente de ar podre do pântano. O ódio é um demônio que Deus não permitiu que fosse crucificado no Paraíso.

Contra o ódio se erguem os homens e as mulheres do futuro, capazes de enxergar a dor humana desse maldito vício: odiar o semelhante como se este fosse um demônio e aquele fosse um anjo.

Em toda geração nascem homens e mulheres que enxergam logo gestos e atos que conduzem ao ódio. Livres dessa doença, são como anjos que cruzaram toda a fétida lama dos infernos e não lambuzaram as suas asas. Eles combatem o ódio em todo tempo e em qualquer situação.

Em homenagem a todos aqueles que combatem o ódio, com as suas vidas, com as suas armas que Deus lhes deu, nós republicamos uma homenagem a uma pequenina cidade, que derrotou os aviões de guerra, os tanques, que derrotou o ódio:




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