sábado, 26 de dezembro de 2009

NATAL VERMELHO




Neste Natal os camaradas de Tarauacá combateram o bom combate. Organizaram uma bela Festa de Natal para os filiados da BR 364 (entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul) e mobilizaram centenas de crianças carentes, garantindo-lhes presentes (através das associações comunitárias), em especial do BAIRRO DA PRAIA  e também do BAIRRO NOVO.

E, para não dizer que não falaram de flores, organizaram um bonito NATAL VERMELHO  para os militantes, na residência do presidente do Partido em Tarauacá, camarada CHAGAS BATISTA.

Aos camaradas e a sua solidariedade com os mais pobres, eu dedico esse poema.

A MEU PARTIDO
Variação de Pablo Neruda

Me ensinaste a sentir fome bruta

Com todos meus irmãos famintos!

Me mostraste como a dor inquieta

De um milhão de homens insatisfeitos

Afoga a busca do ir buscar meu pão!

Me fizeste ver a multidão dividida

Me tornaste um caminho de aço

Para um povo pobre e dispersado!

Acorrentaste meu instinto de lobo

Me acrescentaste o dever da luta!

Me transformaste num hospital humano

Acolhendo sempre os irmãos domados!

Me fizeste amigo de muros e panfletos

Me acalentaste com tuas bandeiras rubras!

Ruborizaste meus desejos pálidos

Me entregaste um quinhão de tuas lutas!

Me transformaste num combate vivo

Redimiste meus pecados brancos!



Não agarrei-me às mesquinharias
E nem dopei os meus sentimentos!
Fiz de conta que não tinha irmãos
Meus irmãos eram os deserdados!

Fiz dos meus braços uma rede curva

Para embalar teu justo programa!

Quando acordava na madrugada

A minha dama era a própria terra!

Fui descobrindo no meu caminho

De vez em quando duas pegadas

Quando perguntei se me abandonaste

Tu disseste que não eram minhas

Eram as pegadas dos combatentes

Que sulcavam o mesmo solo!

No teu árduo tempo de guerra



Me confortaste com teus manuais

Mas me disseste: não são cartilhas

Toda experiência sofre mutação!

Descobri assim o quanto era sagrado

O teu desejo de mudar o mundo!

Por tuas mãos passaram guerreiros

Uns resistiram e outros se renderam

Toda deserção traz uma desculpa

Quando se quer abandonar a trincheira

Trincheira eterna é a tua causa

De construir o mundo das rosas!

 

E eu guardei com dignidade
Teus postulados e tuas bandeiras!

Gente aflita, mártires, expropriados

Empunharam a tua plúmbea luz!

Me ensinaste os meandros da guerra

Me deste enfim a ternura social!


* Informações a partir do BLOG DO ACCIOLY























































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