Se o assunto for
polêmico, as duas revistas se posicionam pelas pontas, exagerando na tentativa
de fazer o gol a qualquer custo, desprezando o juiz e a arquibancada.
Se for o governo
Dilma, VEJA só encontra crimes e CARTA MAIOR só encontra acertos. A Venezuela é
um paraíso para CARTA MAIOR e um campo de concentração para VEJA.
Petrobras, Cuba,
Bolsonaro, mst, agronegócio... É sempre uma posição extremada, destituída de
qualquer tolerância, de qualquer raciocínio que enxergue algo bom ou algo ruim
ao mesmo tempo.
É o Céu ou o
Inferno, o dia ou a noite. Esse modelo pode até ser compreensível no período
eleitoral, quando se exacerbam as opiniões e as posições. Mas, não cabe no
cotidiano do Brasil.
Um país democrático
se desenvolve com tolerância, uma ideia só vence de forma sustentável se não
tratar a outra ideia como candidata a cadáver, se soube aproveitar pedaços do
que se construiu de bom no outro lado do muro.
Esse modelo
maniqueísta se transfere para políticos que precisam de luz para clarear a sua
sombra. Marcos Feliciano ou Jean Wyllys, Maria do Rosário ou Bolsonaro. Só quatro
exemplos. Cada um precisa de grito, de posição extremada, porque na convivência
e nos respeito ao divergente, eles desaparecem, porque não são maiores do que a
sua biografia.
Então, a plateia
grita, joga flores ou ovos nos gladiadores, riem, destilam também ódio nas redes
sociais. E o Brasil vai perdendo, olhando com medo para os lugares aonde esse
modelo doente tornou-se morte, ataques suicidas, desespero.
E, cada vez mais,
eu me convenço: quanto maior o grito, menor o argumento, quanto mais
sofisticado o espetáculo, mais pálido o conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário