Escrever
sobre Tarauacá é como amar uma mulher, atravessar um rio, descobrir segredos da
mata virgem, vencer o medo. Tarauacá é uma cidade de povo resistente,
acolhedor, festivo, combativo.
‘LINDA
AOS 99 ANOS’ é um grito de esperança do povo de Tarauacá, sua eterna espera em
dias melhores, suas lutas incansáveis, seus grupos de jovens, suas canções
teimosas, seus sindicatos, suas utopias. ‘LINDA AOS 99 ANOS’ é um pedido para
que o povo se organize e construa o seu próprio destino, que arme tendas para
os homens bons, que adorne suas mulheres para o dia da festa, da chegada da
primavera, de pão farto, de abrigo, de emprego, de vida digna.
Noventa
e nove anos de travessia, de uma pequenina vila, sem telefone, sem aeroporto,
sem escola, para uma média cidade acreana, repleta de homens e mulheres que
decidiram não largar a luta pelo futuro e pela dignidade humana. Terra de
homens e mulheres que orgulham seus filhos com as suas letras, as suas leis, as
suas canções, os seus nomes fortes, que brilham aonde chegam e fazem questão de
dizer: “eu sou de Tarauacá!”
Tarauacá
impressiona quem chega, pela hospitalidade, o carinho do lugar, o jeito de
cidade grande, européia, mas carregada de valores locais, raízes indígenas,
seringueiras, caboclas.
Tarauacá
é terra de mulher bonita, capazes de amar um homem como se amassem mil,
mulheres belas, terrivelmente ciumentas, valentes, mulheres de orvalho, de
chuva, de temporal, vulcão, mulheres de diamante.
Uma
cidade que tem uma floresta que protege o seu coração, com rios e igarapés
suntuosos, comoventes, silenciosos, cheia de entes mágicos, animais e
borboletas, peixes, lagartas e raízes. Uma floresta, um sonho, uma mulher densa
e verde, Caipora, instante mágico de chuva.
Aldeias
indígenas, belas donzelas, anciãos, curumins, kaxinawás, katukinas, yawanawás,
kampas, kulinas. Cidades de palha, cidades de paxiúba, cidades de milho, de
amendoim, cidades de peixe, kupixawa, caiçuma, mariri.
Hoje
eu só quero falar de Tarauacá, falar das coisas do interior, de suas alegrias e
de suas frustrações. Nossas mulheres são belas como uma madrugada de janeiro,
uma tarde de maio, uma manhã de agosto, os homens são românticos,
descontrolados, às vezes, possessivos, querendo fazer de sua amada um campo de
cultivo medieval. A hospitalidade desconcerta, acolhe, faz da chegada uma
bênção e da despedida uma dor.
Uma
cidade que vai completar cem anos, capaz de vencer os imensos desafios de
incluir as maiorias na produção, na economia sustentável, na saúde de qualidade
e na educação para todos. Um sonho de lutadores como Amin Kontar, que deixaram
o legado de esperança e fé na humanidade que reparte, que cuida dos seus, que
ama com intensidade, que acalenta utopias desde o tempo das grandes provações.
Tarauacá,
da mulher bonita e do abacaxi grande, terra de dois rios, valente, afável, bela.
Que esses 99 anos sirvam para aproximar corações e construir fraternidade e que
nenhuma criança durma nas ruas, que nenhum mendigo deixe de ter pão e abrigo,
que nenhuma mulher seja agredida no seu corpo e na sua honra, que nenhum idoso
fique sem um abraço e que nenhuma dor fica sem um alívio.
Parabéns, Tarauacá!
5 comentários:
Uma das maiores virtudes é o reconhecimento e a gratidão. Parabéns Deputado Moisés por sempre enaltecer a cidade que te acolheu tão bem! São poucos os que reconhecem e valorizam.
Fátima
Uma das maiores virtudes é o reconhecimento e a gratidão. Parabéns Deputado Moisés por sempre enaltecer a cidade que te acolheu tão bem! São poucos os que reconhecem e valorizam.
Fátima
Moisés! Parabéns pela iniciativa de homenagear várias pessoas nos 99 anos de Tarauacá.
Um abraço camarada de Jamisson Neri!
Olá! Se possível gostaria que vc seguisse meu blog novamente, pois aconteceu um problema e tive que excluir tudo, agora estou começando a postar novamente.
Já sou seguidora do seu.
Abraços.
Olá! Se possível gostaria que vc seguisse meu blog novamente, pois aconteceu um problema e tive que excluir tudo, agora estou começando a postar novamente.
Já sou seguidora do seu.
Abraços.
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