segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DON'T GIVE'UP


Tem dias que o meu coração mais se assemelha a uma serpente de fogo, como se as veias fossem canais rochosos cobertos de lavas negras, vermelhas, incandescentes, minhas mãos fossem punhais feitos de ossos de profetas e de criminosos impunes, minhas pernas resistem a caminhar na direção da morte, porque tenho que cultivar rosas vermelhas nessa terra indecente e branca.
Meus olhos não são mais do que gotas de sangue daqueles meninos que não abraçaram seus pais, porque um exército de pastores botou a perder todas as suas ovelhas e não evitou que os porcos caíssem naquele barranco, porque em seus corpos havia demônios e havia gordura.
Minha utopia nunca será uma prostituta nas últimas horas da madrugada, se meu sono não vem porque a agonia da humanidade é maior do que a minha indecência de não amar por inteira a mulher que me fez santo, homem, filho de todas as tempestades e se tornou a metade do meu corpo e do meu desejo eterno e indecifrável.
Vago pelas noites do planeta, como um mendigo que tem ouro para repartir, mas vende mercadoria falsificada com medo de olhar o tempo com olhos de gente, decente, de seres humanos, sem classe, sem roupa, sem cargo, sem abrigo, sem orgulho, sem egoísmo, sem alma doente.
Têm horas que dá vontade de jogar fora todo o cuidado com as regras tribais, o tempo contado, a tradição, desejos livres e encarcerados, mãos abertas e algemadas, silêncio e dor, por não conseguir ultrapassar a planície, esconder-me nas montanhas, porque os donos da cidade andam comigo nos mesmos lugares, como amigos e como cúmplices.
Há, por fim, uma dor infinita em olhar o meu tempo se esgotando e sentir que a humanidade podia ser livre, se eu fosse livre, os homens pobres podiam viver melhor, se eu fosse mais pobre, no meu corpo e na minha alma, a dor da maioria seria menor, se eu estivesse com o meu corpo mais perto de sua dor, se a minha alma não fosse uma feiticeira que caminha entre demônios e anjos.


Don't Give'up
Não Desista

"Eu nunca vou me afastar de Ti
Já faz muito tempo que eu falei
Me lembro dos momentos junto a Ti
Dos sonhos que nunca realizei
Na falsa liberdade
Do "tudo eu posso" sem me envolver
Me perdi entre "amigos"
Sozinho já não sei como voltar

Por favor, não desista agora
Não é fácil, mas eu acredito em você
Eu confio em você, para sempre

Hoje posso ver o seu amor
Como pude um dia me esquecer
De braços abertos você pagou
O preço do perdão que me salvou
Te vejo tão longe
Quero andar contigo, voltar atrás
Não sei como fazê-lo
Me guiarei em seu amor por mim

Por favor, eu posso ver através dos seus olhos
Seus sonhos, que nunca se realizaram
Eu te ajudarei, não desista"


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