domingo, 11 de setembro de 2011

DIA DE ÓBITO DA CIVILIZAÇÃO


Naquele dia o demônio estava vistoriando a Terra, acabara de aportar nos Estados Unidos da América, lá recebera o nome de Bush. Achava que podia sacrificar africanos, esfolar palestinos, matar latinos, fecundar outro demônio, de nome Bin Laden, todos maníacos, perversos, doentes, dementes, sem honra.

Bilhões de dólares roubados da Bolívia, de Angola, da Arábia Saudita, que ainda rouba e deixa roubar, crianças morrendo de sede e de fome em todos os desnutridos continentes, mulheres doentes por falta de pão e de remédio básico, idosos sem hospital e abrigo porque as elites do planeta decidiram transformar seus gigantescos lucros em iates e mansões, ações na bolsa, vida de magnata, porque a nata da burguesia sequer chora frente às dores da humanidade, enquanto padres e pastores pedem que Deus volte logo e expulse Lúcifer e seus anjos de fogo, pois aqui abaixo do sol ninguém aguenta mais tanta dor, tanto infortúnio, tanta morte, tanta guerra, tanta corrupção, tanta maldade contra os pequeninos e contra todos os pobres.

Naquele dia o ódio respondeu com ódio, porque a alma de quem é atacado, roubado, vilipendiado, extorquido, assassinado, como uma bolsa de sangue podre, sempre vai explodir ódio. Por isso que aqueles aviões explodiram, porque o ódio de Bush e de suas elites provocou outro ódio.

Inocentes morreram nas mãos apodrecidas de jovens mortos, que cultuaram o ódio em nome de Alah, porque não lhes foi dada a oportunidade de se contrapor com democracia, com voto popular, com amor verdadeiro que nasce das lutas do povo, sequer permitiram que os bilhões de dólares do petróleo de suas terras ancestrais se transformassem em escolas, em hospitais, em livros, em fábricas, porque a elite local, feito abutre de turbante, roubou cada centavo e permitiu que os magnatas americanos e europeus multiplicassem suas fortunas e ainda pagassem mercenários para estuprar suas mulheres e assassinar os seus jovens, por isso que o 11 de setembro ainda dói na alma e no corpo da humanidade, que permite a morte em série, de milhares, como se o homem ainda estivesse disputando as suas cavernas e suas garras não tivessem se transformado em mãos, seus pelos ásperos em abraços e seus grunhidos em oração.

O 11 de setembro é uma ferida aberta, atestado de óbito da civilização, premissa de que, quando os justos silenciam, os criminosos governam e, de seu governo, nasce a dor, os gritos de desespero, depois da fome, das doenças, da falta de tudo, do hospital ao abrigo.

Nada irrita mais do que os grandes meios de comunicação mentindo, falseando, explicando o 11 de setembro como uma ação de loucos fanáticos, deixando de dizer que o ódio daquele dia nasceu antes, nas invasões de países pobres, no estupro de mulheres africanas, árabes, latinas, nos hospitais abarrotados de aidéticos porque os grandes laboratórios americanos e europeus não permitem que se quebre a patente de remédios para a cura dessa maldita doença, nenhum desses jornalistas poderosos informa que o petróleo dos países pobres sai a preço de banana e em estado bruto para os países ricos, deixando um lastro de miséria e doenças, fome e desemprego, consumo de drogas, prostituição e alcoolismo que, nos países muçulmanos, se transforma em cânticos nas mesquitas, aulas de fanatismo e homens e meninos que se vestem de dinamite para devolver o ódio que despejaram sobre o seu país e no útero inocente de suas irmãs.

O ódio das invasões de países, de espoliação imperialista, de roubo descarado das riquezas naturais dos países pobres, como um lençol subterrâneo de fezes, explodiu no ódio de 11 de setembro.

Somente uma humanidade plural, democrática, laica, multilateral, justa, progressista e desenvolvida, será capaz de deter o ódio, de evitar que novos 11 de setembro voltem, como fantasmas de sangue, a aterrorizar os inocentes, porque o terrorismo é tão covarde que não atinge os donos do ódio, sempre mata pequeninos, mulheres, inocentes, até que a humanidade se levante contra toda forma de ódio, não só o ódio de malditos terroristas que usam de forma pecaminosa o nome de Alah, mas também os infames governantes que aplicam o terrorismo de estado, somente assim nascerá um novo jardim de éden, aonde os filhos do sol dividirão seus bens, suas energias e o seu perdão e cada tempo será um pedaço da eternidade humana e de suas promessas.

Então o homem acordará todos os seus anjos e permitirá que ressuscite a beleza que estava guardada desde os primórdios, porque precisamos sepultar o 11 de setembro, porque ainda é carne podre e exposta sobre a terra demente dos cemitérios, e sempre será um dia de óbito da civilização.

Bush, Bin Laden, o 11 de setembro é filho deles, filho bastardo, sêmen de estupro.





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