sábado, 27 de fevereiro de 2010

RETRATOS DA INDIGNAÇÃO


A Dra Márcia Regina expressou bem a feminina e sincera indignação de quem cuida da segurança pública com dedicação e maõs limpas e tem que se deparar com uma tragédia dessas.

Por outro lado, a sociedade acreana está indignada e exige respostas claras ao um erro policial tão grave e sem nenhuma justificativa.

Temos que fazer essa discussão de frente, sem medo e sem utilizar nenhum  subterfúgio. A vida humana é um bem supremo.

Os primeiros sinais indicam que a oposição vai fazer essa discussão com sensibilidade e com a mesma indignação que domina os dirigentes do governo.

Há um sentimento, independente de posição política, de que esses policiais devem ser punidos exemplarmente.

Não será permitido nenhum tipo de proteção!

É o que exige a inocência dessa menina e a dor de sua família!

4 comentários:

conectado disse...

Face o episódio, o policial deve ser julgado e, se culpado, punido exemplarmente.
Mas, na minha opinião, o governo tem culpa indireta nesse episódio. Destina orçamento mísero à PM, somado à falta efetivo, dificulta a implementação de programas de treinamento e aperfeiçoamento contínuos necessários aos policiais. Como é possível treinar os policiais, tirá-los da rua, se se está trabalhando no limite extremo do efetivo e sem orçamento? Com esse orçamento da pm alguém em sã consciência acha que teremos segurança pelo menos razoável? Se acharem isso possível, então esperemos, que outros virão. O tamanho do orçamento é exatamento do tamanho da prioridade do governo...

conectado disse...

Fiz esse comentário no blog do altino e repetirei aqui:
"Esse episódio é simbólico para demonstrar a visão míope dos políticos e até mesmo da sociedade. Todos nós acusamos o policial unicamente. É evidente que ele deve ser acusado, julgado e, se culpado, condenado. Mas, e o papel do governo em preparar o policial, dar-lhe treinamento contínuo? O policial é um ser humano como qualquer outro. Sem treinamento adequado e contínuo, qualquer um pode está sugeito a cometer esse absurdo. Ou devemos achar que as melhores polícias são melhores porque são compostas por policiais anjinhos, bem intencionados? Não, porque os policiais recebem investimento e treinamento adequado. Em períodos, são retirados da rua para treinar, rever e aprender novos conceitos, se aperfeiçoar. Exemplo disso: faça-se uma substituição de todos os policiais militares por servidores da educação que estes irão, sem o treinamento adequado, aos poucos, caminhando para fazer a mesma coisa. Para exercer a função policial, as pessoas são mais ou menos iguais, a diferença está na qualidade da formação, no treinamento, na priorização do investimento que recebem e, por último, numa Instituição estruturada e eficiente. Os PMs fazem um curso de formação precário e param por aí mesmo. O serviço policial é estressante, por isso o treinamento deve ser por toda a carreira.
Olhem o orçamento destinado à PM? É menor do que uma pequena secretaria do governo. Se alguem acha que sem treinamento e investimento na Segurança pública nós teremos uma polícia ao menos razoável vai continuar a se barbarizar com episódios como esses...
Sempre afirmo: o valor do orçamento do governo é do mesmo tamanho da prioridade desse governo....

Anônimo disse...

Conheço um pouco a rotina de um policial militar e civil. Tenho medo de julgar as pessoas, mas posso afirmar que os policiais tem um treinamento básico com fundamentos o suficiente para evitar, por todos os meios, esses erros quase injustificáveis. É certo que o governo não aplica muitos recursos na segurança pública, mas está aplicando gradativamente. Todos sabemos que foram compradas viaturas, armas menos letais (TASER), gás de pimenta, etc para os policiais trabalharem. Agora não adianta despejar dinheiro na indústria bélica para os policiais saírem por aí matando as pessoas de bem. O que eu vejo como necessário é por as polícias num banco de escola a fim de fazê-los compreender que bandido tem que ser tratado a ferro e fogo, mas as pessoas de bem merecem respeito. Isso muitos policiais não conseguem distinguir ainda. Pelo pouco que eu conheço sobre a corporação um sargento passou, pelo menos, por três cursos (o de soldado, o de cabo e o de sargento) onde, em todos, ele ouviu a seguinte frase: " as pessoas precisam ser tratadas com respeito, porque são elas quem pagam os nossos bons salários, o policial precisa ser educado, precisa ter ética, precisa compreender que a ditadura militar acabou, a arma só deve ser usada em casos extremos em legítima defesa da vida do policial e/ou de terceiros. Ela não deverá ser usada contra qualquer ser humano que não esteja oferecendo risco". Por fim, eu gostaria de deixar claro que, não só na polícia, mas em qualquer outra função, o joio (funcionário incompetente, truculento, autoritário...) por menor que seja pode acabar com a reputação de um imenso campo de trigo (os bons funcionários).

Acreucho disse...

Moisés, pra quem tinha medo da "volta do esquadrão da morte" tenho novidades, ele já está aí. Mesmo que o disparo tenha sido como diz o personagem "Chaves", "sem querer querendo", foi criminoso. Onde já se viu disparar um fuzil, arma de grande potência e alcance, seu projétil pode alcançar até 4000 metros de distância, numa rua movimentada, a principal do bairro, às oito horas da noite. Segundo testemunhas, haviam dezenas de pessoas na Rua Campo Grande. Uma pergunta que faço é: Porque uma blitz de trânsito, pra verificação de documentos de veículos e equipamentos, tem que ter policiais armados de fuzil? Não temos por aqui bandidos tão perigosos que exijam o uso deste tipo de equipamento. Diga a´PM o que disser. Porque ao invés de atirar, os policiais não perseguiram o infrator? Havia todo um aparato policial, até em excesso. O que faltava nesta blitz era comando, o comandante nem estava no local, segundo dizem alguns estava em outro local, comendo churrasquinho. Não sei se é verdade. Quem é o culpado dessa situação? Os policiais que atiraram? Quem comandava, ou não, a blitz? A secretária de segurança pública? O governador? Todos tem uma parcela de culpa, mesmo quem não estava no local. Os policiais porque foram irresponsáveis e atiraram, quem comandava a blitz porque "não estava no comando", a Secretaria de Segurança porque não treina adequadamente seus homens e o governador por ser o patrão deles todos. O que aconteceu foi um crime, queiram as pessoas ou não, tão grave como quando um ladrão mata uma pessoa para roubar e tem que haver punição, sob pena de a população acreana não mais confiar na polícia e nem em outras autoridades.