terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O nome dela é... criança de 2 anos!


Imagem simbólica da pequenina

Magaiver estuprou e matou uma criança de dois anos de idade, numa comunidade rural de Sena Madureira, no Acre, na noite do Natal de 2009. No dia 31 de dezembro foi encontrado morto na cela do presídio Amaro Alves. Grupos de Direitos Humanos e a OAB do Acre querem uma investigação para saber se Magaiver cometeu suicídio ou foi assassinado.

No sábado, 2 de janeiro, eu fui surpreendido pela notícia de que Magaiver havia sido velado numa escola pública de Sena Madureira. Fui checar com os dirigentes da Secretaria de Educação e descobri que foi uma iniciativa isolada da diretora da escola Raimundo Magalhães. Uma falha grave. Uma ofensa à memória da pequenina estuprada e assassinada e de sua família e uma indiscutível agressão ao bom senso.

Hoje de manhã, enquanto eu me reunia com um grupo de sem-terras do ramal da Castanheira, na sede da Assembléia Legislativa, um membro do Centro de Direitos Humanos me abordou e passou a me questionar sobre a morte de Magaiver. Eis o nosso diálogo:

- Deputado, o senhor não vai fazer nada contra a morte do Magaiver no presídio Amaro Alves?

- Não.

- Nós dos Direitos Humanos achamos que ele foi assassinado.

- A polícia técnica realizou perícia e diz que ele se suicidou. Mesmo assim, todos os procedimentos legais estão sendo realizados para averiguação do ocorrido, sob a fiscalização do MP, para uma resposta à sociedade.

- O senhor é a favor, então, da morte dele no presídio?

- Não. Eu acho que ele devia ter se enforcado fora do presídio, logo após o crime hediondo que ele cometeu. Podia, inclusive ter usado uma das árvores das margens do Iaco.

- O senhor é a favor da justiça com as próprias mãos?

- Não. Eu apenas acho que ele devia ter se arrependido do pavoroso crime que cometeu e fazer como Judas Iscariotes, se enforcar numa árvore qualquer daquele ramal.

E nada mais falou o combativo representante dos Direitos Humanos nessa terra de Galvez. Na volta pra casa eu fiquei me questionando até que ponto esse pavoroso crime de Sena Madureira golpeou o meu humanismo.

Que Deus me perdoe por esse sentimento de indignação contra esse monstro da condição humana e que cuide da pequenina lá nos seus domínios de paz e descanso eternos.

Que lá a pequenina sem nome cresça, atinja a idade da minha filha de 8 anos, brinque com as amiguinhas, torne-se adolescente e curse uma faculdade divina. Que Deus cuide dela com o amor de um pai e com o carinho e a ternura de uma mãe.

Vote na ENQUETE sobre esse diálogo e me ajude a formar uma opinião sensata sobre esse grotesco episódio.














5 comentários:

Jannice Dantas disse...

O mesmo sentimento me acometeu, pois, só consigo pensar com o coração de uma mãe que ama sua filha e que só quer vê-la transformada em profissional, esposa e mãe, cumprindo seu papel de cidadã nesse mundo de meu Deus.

Ana de Longe disse...

Vamos lá ver... eu lamento profundamente que uma coisa como essa tenha acontecido e continue a acontecer na raça humana. E acontece em todos os lados, em todas as classes. Aqui em Portugal, vez por outra, nos noticiários aparece algo assim. De crianças abusadas. Desaparecidas. Uns dizem que são raptadas para a rede de pedofilia, que parece ter aumentado. Outras simplesmente são aprisionadas em casa. Na verdade, tenho a sensação que não evoluímos muito como pessoas, apesar desses séculos aos quais atravessamos como espécie. Veja, se falarmos em escravidão, extermínio, crimes de ódio, exploração de crianças, extermínio em massa, aparentemente são coisas dos primórdios da humanidade. No entanto, são tão atuais como a Internet ou a eleição do Obama. O tempo passa, mas não nos redime. A sensação que tenho é que evoluímos nos meios e nas formas, mas no conteúdo somos tão primitivos, tão pouco dotados de experiências que nos diminua a animalidade… veja, as religiões tem essa função, de nos levar além de nós mesmos, de nos ajudar a ultrapassar a materialidade que nos contém, de buscar o humano…Todavia, basta uma incompreensão, basta querer inverter o nosso lugar na criação, que as tragédias se avizinham e o ódio vem à tona. O comportamento predatório destrói nossa capa civilizada e retocada. O que se pode fazer? Talvez aumentar as experiências que nos humanizam, por oposição às que nos animalizam. Melhores escolas, melhor acompanhamento de mães e pais adolescentes, melhor proteção à criança (da fome, dos maus tratos, do abandono, da violência), programas culturais acessíveis. Não aqueles dos quais as televisões estão cheias, cujo único conteúdo parece ser sexo e violência. Música! Seria tão bom que as crianças tivessem formação musical nas escolas e que a rede escolar tivessem creches de apoio aos pais trabalhadores, para o dia inteiro.
Talvez assim esse rapaz, o Magaiver, tivesse tido uma chance de ser humano. E a menina, que poderia ser a minha filha, a tua ou de qualquer outro, ainda estaria viva. Não culpo a diretora da escola que abrigou o corpo do rapaz no velório. Veja, em algum lugar ele teria que ser velado. Talvez o motivo foi porque, pelo que ele fez, ninguém o quisesse abrigar nesse momento último. No mais, há males nesse mundo que eu desconheço e, da mesma forma, há bondades também. Apenas Deus conhece.
Uma última coisa que talvez possamos fazer é abrir os olhos para o problema da pedofilia. Existe, brutal e silenciosa. Em Rio Branco tem gente que faz um trabalho esforçado, sério e solitário sobre isso. Você ficaria mais chocado ainda com as histórias. Seria importante que esse pessoal tivesse melhor suporte para lidar com esse problema. Eu tenho uma filha de 15 meses. É a pessoa mais preciosa e linda. Em honra desta criança que teve uma vida tão curta e foi embora de maneira tão trágica e triste, eu tentarei que minha filha seja o melhor ser humano possível, com respeito aos outros. O mundo anda mais triste, ultimamente. Em honra desta criança, que já não está entre nós, mantenhamos a esperança e trabalhemos para mudar o final de outras histórias como a dela.

Anônimo disse...

Esse canalha só escolheu o lugar errado para morrer, ele deveria ter procurado algum galho de mangueira por lá mesmo. E ainda vem esses iditoas dos "direitos humanos" tomar as dores, se fosse com a filha inocente de algum deles? Será que eles também não pensam na pobre família dessa inociente? Foi pouco o que aconteceu com esse vagabundo.

Odele Souza disse...

É revoltante. O pessoal dos Direitos Humanos coloca sua preocupação quase sempre do lado errado. Quem foi ver como está a família dessa criança brutalmente assassinada por esse monstro? E os Direitos Humanos da Família?! E da criança?!

Revoltante.

Anônimo disse...

Caro Moisés Diniz,
Não sei informa-lhe sobre seu sentimento humanístico se o mesmo esta ou não abalado , mais gostaria de fazer constar que muito me agradou a resposta dada ao representante dos Direitos Humanos, creio que ninuém com bom senso é afavor da justiça feita com as próprias mãos e tão pouco com homicidio, tb escrevi uma nota em meu blog tratando desse crime, e a minha max. é que: "Não a sentindo em matar um mostro, agindo assim nós tornaremos o que mais adiamos e trocaremos de lugar com ele."

No mais parabéns por sua nota, confesso não ser um sinpatizante Partidário, mais achei de bom gosto sua esplanação a respeito do caso.