quinta-feira, 10 de novembro de 2011

RESPOSTA AO LÍDER


"Líder,
 
Depois ligação da noite de quarta-feira, 10, fiquei pensando qual teria sido meu erro no texto de AC24HORAS. Por este motivo estou enviando meu texto que, no ponto de vista da informação, relata exatamente o que você queria passar para a população, da suposta armação da oposição com a empresa Eufran. Não emiti opinião alguma no texto. Mas, como estamos falando através de email, vou explicar o que penso sobre os dois movimentos: o orquestrado pelo governo e base de sustentação e o da oposição.

No dia em que a Aleac foi tomada por funcionários da Laminados Triunfo, Ouro Verde e demais madeiras certificadas pelo Governo do Acre, não foi menos perigoso que no episódio dos supostos trabalhadores da Eufran. Só teve uma pequena diferença, os deputados da base de sustentação fizeram a festa e foram aplaudidos efusivamente por um movimento político e organizado para fortalecer a posição do governo.

Em minha humilde opinião, ao contrário de seu pronunciamento, eu acho que foi um tipo de ato democrático, mesmo que tenha envolvido certos episódios de suposta violência, que eu mesmo não presenciei. Caro amigo, quem vai para A chuva tem que estar disposto a se molhar, é assim que vejo a política, mas os políticos de situação se acostumaram com o poder e querem sempre ter um guarda-chuvas para se proteger das gotas.

Não vi diferença alguma nas duas manifestações. Foram duas orquestrações políticas, mas com a vantagem de o governo ter o que oferecer para a CUT, Fetacre, sindicalistas e empresários envolvidos na bela e organizada manifestação pró-manejo. Já a oposição não conta com a estrutura do Estado e fez uma manifestação a meia boca, organizada por militantes e pessoas excluídas pelo Estado, que precisam sobreviver.

São estas as minhas considerações, camarada. Todo mundo defende o que tem, já em meu caso, só tenho a minha profissão a defender. Não quero levantar bandeiras, tanto que não tenho nenhum benefício de políticos, como é o caso de alguns colegas de profissão. Sempre nutri um profundo respeito pela sua pessoa, meu amigo Moisés Diniz, mas como falei antes, fui isento no material que, em minha opinião, favoreceu mais a você que os dois parágrafos destinados ao deputado Rocha.

De minha parte afirmo que nunca vou defender nenhum partido. Gosto de política, mas acho o jogo rasteiro e baixo, até mesmo porque conheço como funciona."

Ray Melo

Nota do Blog: Caro amigo Ray Melo, tenho muitas concordâncias com o teu texto, inclusive sobre poderio de mobilização. Aliás, venho alertando a oposição para não entrar por esse caminho, porque é suicídio para ela. O que tenho destacado como diferencial entre as duas manifestações foi a forma agressiva e desrespeitosa dos coordenadores dessa última. Perderam aliados na entrada. Ninguém chega na casa do outro chutando a porta e pedindo apoio. Poderiam ter feito um gol contra o governo, mas, perderam no aperto de mãos. Uma lição para os dois lados.




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