Desde a semana passada que eu me envolvi com um problema que se apresentava de forma incompleta, como se o tempo ao redor estivesse nublado: a ação de reintegração de posse contra os moradores do ramal da Judia.
No início da semana passada uma multidão de moradores do ramal lotou o Salão do Povo da Assembleia Legislativa. Ao recebermos os seus líderes, fomos informados da ação de reintegração. Discursos de todos os tipos, oposicionistas, nenhum governista.
Minha posição como líder do governo foi a de intermediar o diálogo com as esferas de poder e ver o que era possível ser feito no meio de uma ação de reintegração de posse que tinha data para acontecer: 14 de maio.
O proprietário das terras era a família Amadeo Barbosa, que doara a faixa de terra para a grande avenida da quarta ponte, que leva o seu nome. Diziam os líderes e os jornais divulgavam que mais de duas mil famílias seriam despejadas. Uma tragédia!
Os próximos dias foram dedicados a sair em busca da essência. Descobrimos que a ação de reintegração de posse atingiria apenas 14 famílias. Um alívio!
Pensávamos assim, as famílias não. Os líderes argumentavam que as 14 famílias retiradas faziam parte de um processo amplo de retirar todos os moradores de uma área total de 554 ha, envolvendo milhares de acreanos.
Passamos a lutar contra a ação que envolvia as 14 famílias, com o apoio da Assembleia Legislativa, da Defensoria Pública e do Ministério Público Estadual. Foram dias de muita luta, de resistência e de muita articulação política.
Ontem, 12, às 17:30 horas, o juiz Lois Arruda cancelou a ação de reintegração de posse das 14 famílias, tendo em vista que o proprietário das terras entrara, no dia anterior, com nova ação pedindo a reintegração de posse de toda a área de 554 ha. No lugar do medo, alívio.
Agora a luta dos moradores do ramal da Judia entra na fase da organização e da legalização. Uma força tarefa está sendo montada para garantir a legalização da posse da terra às famílias que têm direito, que representam a imensa maioria.
Muita gente se surpreendeu com a minha posição, como líder do Governo. Vamos nos acostumar, porque mais lutas virão.
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