No longínquo ano dessa foto, 1988, quando eu conquistei honrosos 55 votos para Vereador em Tarauacá, os donos da cidade tratavam os comunistas à ferro e fogo.
Era um tempo duro, quase de chumbo.
Mas, como um curso intensivo, esse tempo nos ensinou a maleabilidade e a tolerância. E a respeitar sempre o contraditório.
Como a água, podemos fluir para as várzeas, para não sermos sufocados pelos barrancos. Outras vezes, quando a conjuntura permite e o tempo exige, quebrar os próprios barrancos.
Ser a chuva que fertiliza a plantação, tempestade que destrói, evaporar e voltar de novo como chuva, como medo ou como bênção.
Aquele tempo de guerra nos ensinou a ser como a água, que flui, destrói, alimenta, fertiliza, amedronta, muda de forma com o mesmo conteúdo.
Como a água, aprendemos a sobreviver, a nos desviar dos troncos no meio do rio, a ser leve e sólido.
Toda foto é um mundo para admirar, abraçar ou destruir.
2 comentários:
épocas sem difíceis,sem duvida eles"os donos da cidade"
passaram por mudanças também.
nessa época eu ainda era um garoto mas me lembro bem que comunistas ainda eram muito hostilizados
Em 1988 ainda residia na capital.Naquela época a FPA ainda não enchia o velho fusca do professor Nilson Mourão.De lá para cá ,muitos perderam-se no caminho, outros no entanto, ainda conservam seu idealismo a despeito da constante renovação do espírito.Nós,amazônidas ,somos realmente água na calmaria e nas torrentes. Parabéns pelo texto.
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